No dia 13 de junho passado este blog denunciou que uso político da Polícia Federal por parte do governo tem feito os agentes baterem recorde histórico de suicídios e afastamentos da instituição por problemas psicológicos e assédio moral.
Neste ano eleitoral, a situação piorou: e a PF tem nada menos que 600 operações para serem deflagradas a qualquer momento –preferencialmente contra inimigos políticos do governo.
As informações são de Luis Boudens, da presidência da Federação Nacional dos Policiais Federais, a Fenapef (a congregar em todo o Brasil). Em entrevista a este blog, ele disparou os números catastróficos jamais antes vistos: nos últimos 3 anos ocorreram na PF 29 mortes: 13 delas por suicídio e 6 por acidente de automóvel, face pressões e assédio moral sofridos pelos policiais.
Mais dois casos engordam a lista: uma tentativa de suicídio de agente federal ocorrida semana passada na Região Norte do Brasil.
E nesta segunda-feira, 23 de junho, a tentativa de suicídio mais brutal: um agente lotado na Delegacia contra Crimes Institucionais (DELINST), da PF de São Paulo, tentou se matar com um tiro na boca.
Até a feitura final deste post, ele estava sendo operado.
O suicídio fez com que a maior entidade a agregar agentes da PF, a Fenapef, passasse esta segunda-feira reunida com seu corpo jurídico.
E resolveram pedir a intervenção na PF junto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Os federais alegam o não cumprimento de uma acordo firmado entre os agentes federais, o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos, em 2010. Por ele ficou acordado o acompanhamento diário, pelo governo, do moral “bio-psico-social” dos agentes federais. Nada foi feito.
Luiz Boudens, da presidência da Fenapef, dispara:
Os suicídios são a consequência mais escandalosa e revoltante de uma má gestão de pessoas e da aplicação de uma lei da época da ditadura como regime disciplinar, justamente numa PF dita republicana. Não podem (os 14 suicídios) ser tratados de forma desconexa da causa que é o surreal ambiente de assédio moral e guerra interna que o DPF vive por conta da gestão imatura e irresponsável do atual Diretor-Geral e do Ministro da Justiça. Por isso a intervenção do MPF se faz necessária e urgente!”