Agentes da PF querem que Ministério Público fiscalize saúde dos servidores.
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) decidiu encaminhar um pedido ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para cobrar a fiscalização das condições de saúde dos profissionais que atuam na Polícia Federal. A medida foi discutida após o relato de que um agente da Delegacia contra Crimes Institucionais, ligada à superintendência de São Paulo, tentou se matar nesta segunda-feira (23/6) com um tiro na boca.
Segundo a entidade, o agente passou por cirurgia e estava até a tarde desta segunda em estado gravíssimo. De acordo com o blog do jornalista Claudio Tognolli, que divulgou a informação, o número de suicídios por parte de servidores da instituição é alto: foram 13 nos últimos três anos. A Fenapef atribui as ocorrências a problemas psicológicos e assédio moral no trabalho.
O diretor jurídico da federação, Adair Ferreira dos Santos, disse à revistaConsultor Jurídico que está elaborando uma representação para pedir que o Ministério Público Federal fiscalize as condições dos servidores e o descumprimento de um acordo firmado entre os agentes, o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos em 2010. Havia-se negociado naquela época a implantação de um acompanhamento diário das condições “biopsicossociais” dos agentes, segundo Santos.
O Ministério Público tem prerrogativa de fazer o controle externo da autoridade policial. Ainda de acordo com o Blog do Claudio Tognolli, o vice-presidente da Fenapef, Luis Antônio de Araújo Boudens, declarou que “a intervenção do MPF se faz necessária e urgente”.
Revista Consultor Jurídico, 24 de junho de 2014, 10:07h